quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Passarola Voadora

Passarola Voadora foi um "instrumento de andar pelo ar", como consta da petição de privilégio do padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão ao rei D. João V, e de que teve alvará, a 19 de abril de 1709. Nesse mesmo ano, a 8 de agosto, na sala dos embaixadores da Casa da Índia, apresentou a sua primeira experiência elevando a uns 4 metros um pequeno balão de papel, cheio de ar quente, perante a admiração da Corte, do Núncio Apostólico, Cardeal Conti (futuro papa Inocêncio XIII) e do Corpo Diplomático (como referem documentos da época).Depois de Leonardo da Vinci, no século XVI, ter desenhado a primeira máquina voadora, o padre Bartolomeu torna-se num pioneiro da história da aviação ao conseguir inventar um aeróstato, o primeiro engenho capaz de se elevar no ar. Mais tarde, em 1783, os irmãos Montgolfier (Joseph e Étienne) irão lançar em Annonay, em França, um balão de ar quente capaz de transportar pessoas.O padre Bartolomeu Lourenço (Santos, Brasil, 1685-Toledo, Espanha, 1724) era um visionário, que acreditava na ciência e nas capacidades dos homens. Mas o inventor português parece ter sido forçado a fugir à Inquisição, embora a tenha evitado, durante muito tempo, pela amizade do Rei. Em Memorial do Convento, José Saramago vai recordar o sonho e a construção da passarola voadora pelo padre Bartolomeu de Gusmão, considerando que, para a Inquisição e outras autoridades da Igreja do século XVIII, eram pecados a ambição e o orgulho em fazer uma máquina voar.




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