quarta-feira, 21 de maio de 2014

Os Maias - Linguagem e Estilo Queirosiano

Uma das preocupações de Eça foi evitar as frases demasiado expositivas, fastidiosas e pouco esclarecedoras dos românticos. Para tal, faz uso da ordem directa da frase, para que a realidade possa ser apresentada sem alterações, e empregou frases curtas para que os factos e as emoções apresentadas fossem transmitidas objectivamente.
A pontuação, na prosa queirosiana, não pretende servir a lógica gramatical. Eça põe a pontuação ao serviço do ritmo da frase para, por exemplo, marcar pausas respiratórias, para revelar hesitações ou destacar elevações de vozes.
Para evitar a utilização constante dos verbos declarativos, Eça criou o estilo indirecto livre.
 O processo consiste em utilizar no discurso indirecto a linguagem que a personagem usaria no discurso directo, ou seja no diálogo. Deste modo, o texto ganha vivacidade e evita a repetitiva utilização de disse que, perguntou se, afirmou que, ..., criando a impressão de se ouvir falar a personagem.
Eça de Queirós utiliza uma linguagem representativa não só da personalidade da personagem mas também de acordo com a sua condição social.
Como observador da sua sociedade, Eça teve de recriar nas suas obras as diferentes linguagens das diferentes classes sociais da sua época. Por isso, as suas obras tornam-se riquíssimos espólios e testemunhos da vida dos finais do século XIX.

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